terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Eu poderia construir não só um castelo, mas todo um reino só para que uma pessoa ficasse mais um pouco. A madrugada inteira sentados olhando para o nada com a perna encostada na minha.

A gente pode brigar o tempo inteiro, não tem problema. E eu fico pensando: como é que se pode gostar tanto de alguém que até brigar é gostoso?

Nunca pensei que a possibilidade de não ter uma pessoa por perto pudesse ser tão desesperadora. E ter do lado, tão confortável.

Mas não tem nada como aqueles olhos pequenos que parecem ter nascido 20 anos antes do corpo. “Tão lindamente sacanas”, diria Xico Sá.

E eu disse hoje: “conheço e amo todos os teus defeitos”.

Era tão verdade e porque a pessoa não acredita? Eu sei que ele já perdeu a fé em mim, mas quando eu digo que amo, será que não dava pra dar um desconto e aceitar?

Me diz: como é que se pode gostar dos defeitos de uma pessoa como se fossem pérolas que vão se desenrolando, incontáveis e lindas?

O problema é que eu vi o sol nascer do teu lado hoje e a gente nem andava mais juntos. Tá bom, é mentira, eu não vi o sol nascer porque estava só olhando pra você e para os teus olhinhos sacanas. Você me fez esquecer que eu estava acompanhada, me levou embora e eu só fui lembrar que não era na sua casa que eu devia dormir quando acordei.

Como é que a gente pode se apaixonar por uma pessoa quando olha a prateleira de livros dela?

Eu queria mesmo entender como a gente pode passar horas sentados num banco de praça e acabar com uma carteira inteira de cigarros discutindo uma relação que não existe.

Quando a gente precisa que alguém fique, constrói qualquer coisa. Mas este castelo, no entanto, nós sempre destruímos.

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