sábado, 21 de janeiro de 2012

A UM AUSENTE

- Carlos Drummond de Andrade


Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.



Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?


Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.


Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagarporque o fizeste, porque te foste.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Eu poderia construir não só um castelo, mas todo um reino só para que uma pessoa ficasse mais um pouco. A madrugada inteira sentados olhando para o nada com a perna encostada na minha.

A gente pode brigar o tempo inteiro, não tem problema. E eu fico pensando: como é que se pode gostar tanto de alguém que até brigar é gostoso?

Nunca pensei que a possibilidade de não ter uma pessoa por perto pudesse ser tão desesperadora. E ter do lado, tão confortável.

Mas não tem nada como aqueles olhos pequenos que parecem ter nascido 20 anos antes do corpo. “Tão lindamente sacanas”, diria Xico Sá.

E eu disse hoje: “conheço e amo todos os teus defeitos”.

Era tão verdade e porque a pessoa não acredita? Eu sei que ele já perdeu a fé em mim, mas quando eu digo que amo, será que não dava pra dar um desconto e aceitar?

Me diz: como é que se pode gostar dos defeitos de uma pessoa como se fossem pérolas que vão se desenrolando, incontáveis e lindas?

O problema é que eu vi o sol nascer do teu lado hoje e a gente nem andava mais juntos. Tá bom, é mentira, eu não vi o sol nascer porque estava só olhando pra você e para os teus olhinhos sacanas. Você me fez esquecer que eu estava acompanhada, me levou embora e eu só fui lembrar que não era na sua casa que eu devia dormir quando acordei.

Como é que a gente pode se apaixonar por uma pessoa quando olha a prateleira de livros dela?

Eu queria mesmo entender como a gente pode passar horas sentados num banco de praça e acabar com uma carteira inteira de cigarros discutindo uma relação que não existe.

Quando a gente precisa que alguém fique, constrói qualquer coisa. Mas este castelo, no entanto, nós sempre destruímos.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Normose: o mal do século (?)

Normose, para quem não sabe, é a patologia da normalidade. E, como dizia Jung, "só aspira à normalidade, o medíocre".


Obviamente, não nascemos e não crescemos para a normalidade. Estamos aqui para plantar sementes. Estamos aqui para “fazer a diferença”, mesmo que isso pareça um tanto clichê. Nós estamos aqui para nos tornarmos líderes. E se nós não somos líderes é porque não queremos, ou ignoramos a oportunidade... é porque ouvimos demais papai, mamãe, a sociedade, os professores... e é porque nós nos conformamos. É isso aí... conformismo.

Na verdade, eu me espanto é com a inércia. Com gente que fica parado, imóvel, praticamente paralisado. Que nasce e morre milimétricamente igual. Eu tenho medo é de gente que não faz barulho. Me assusto com pessoas que vive uma vida inteira e só cresce, cresce, mas não evolui... Eu gosto é de gente que fala o que pensa. Que coloca pra fora, desabafa, expõe, demonstra. Nem tanto pela ousadia. Mas é raro ter gente que pensa hoje em dia. ‘Tô’ errada?

As redes sociais hoje reúnem milhares, ou melhor, bilhares de revolucionários virtuais. Muito bom. Muito legal. É interessantíssimo dissertar e discutir assuntos factuais e expormos para que nosso ciclo de amizade possa tomar conhecimento de nossas opiniões.

O problema é esse: acaba por aí. O que me incomoda é ficar só nisso. É achar que isso é o suficiente para sentir orgulho de dever cumprido. Ninguém realmente se mobiliza contra ou a favor de algo. Não vai além do teclado. Tudo fica limitado a publicações no facebook ou twitter. Alguns caracteres opinativos e pronto. Esse realmente é o nosso melhor? Não precisamos nos limitar a isso, certo? O ser humano tem competência o suficiente para fazer muito mais.... Muito mais.

Eu também desejo um mundo melhor. Minha família também. Meu vizinho também. E assim por diante... Mas não me considero um Dalai Lama por este motivo. Se todos parassem pra refletir, iriam desvendar o que é melhor para si próprio, do que continuar achando que sabem o que é melhor para todo o mundo (e publicando bobagens no facebook...)

As vezes, chega a ser até hipocrisia, sabe?! Pseudo intelectuais comentando sobre assuntos pelos quais não possuem domínio sequer. Filosofias baratas. Lamentável... E no caminho que estamos indo, vamos transformando em cidadania e dever cívico partículas cada vez menores de humanidade.

Por favor... Saia do seu mundinho e faça algo de concreto. Não precisa ser nada grandioso. Ontem fiquei sabendo que uma amiga arrecadou balas em sua comunidade, e uma semana antes do natal foi ao hospital para distribuir entre as crianças internas. É de admirar-se, não é mesmo? E ela nem precisou ser uma Madre Teresa de Calcutá para tal feito.

As melhores ações a gente é quem faz com simplicidade. Basta querer. Basta força de vontade. Basta um gesto, um passo, uma palavra... É tão fácil. Não esperemos por maravilhas da vida de braços cruzados. Não esperemos por mudanças sentados em nossas cadeiras em frente a um monitor. Tenhamos esperança para criarmos coragem, e saúde para tomarmos atitudes.
"Acredito que as melhores coisas da vida não são visíveis. Por isso que as sensações mais intensas são experimentadas de olhos fechados..."









sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Lady Murphy?

Se você procurar por 'Lei de Murphy' no google, certamente irá aparecer na página de busca:

Você quis dizer: Vai dar merda?

Brincadeira! rsrs

Falando sério... A Lei de Murphy, é conhecida pela seguinte citação: "Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível. E se algo pode dar certo, tem grandes chances de dar errado".


A lei é oriunda do resultado de um teste de tolerância à gravidade por seres humanos, feito pelo engenheiro aeroespacial norte-americano Edward Murphy. Ele deveria apresentar os resultados do teste; contudo, os sensores que deveriam registrá-lo falharam exatamente na hora. Frustrado, Murphy disse "Se este cara tem algum modo de cometer um erro, ele o fará" — em referência ao assistente que havia instalado os sensores. Daí, foi desenvolvida a assertiva: "Se existe mais de uma maneira de uma tarefa ser executada e alguma dessas maneiras resultar num desastre, certamente será a maneira escolhida por alguém para executá-la". Mais tarde, o teste obteve sucesso. Durante uma conferência de imprensa, John Stapp, que havia servido como cobaia para o teste, atribuiu ao fato de que ninguém saiu ferido dos testes por levarem em conta a Lei de Murphy e explicou as variáveis que integravam a assertiva, ante ao risco de erro e consequente catástrofe.



Mas agora a pergunta que não quer calar... Chuck Norris estaria também sujeito a Lei de Murphy?!

Respostas no próxima capítulo...


Ladrões modernos

"Brevemente, ouviremos a aeromoça falando: "senhores passageiros, em caso de assalto, cairão automaticamente à sua frente coletes de aço e capacetes protetores contra tiros. Coloquem, e depois tenham calma com os ladrões. Não invadam a primeira classe, toda blindada e equipada com kits de sobrevivência, com champanhe e caviar para seqüestros de longa duração." O problema no Brasil é que os ladrões principais não viajam armados. São todos bem vestidos e protegidos por nossas leis em vigor. E já que a reforma do Judiciário não sai, o que nós precisamos é inventar um raio X para Lalau, para gatunos de colarinho branco. Raios x para as almas negras dos corruptos, principalmente no aeroporto de Brasília." (Arnaldo Jabor)